Big Data: Combustível que Acelera a Indústria Automobilística

 

Big Data: Combustível que Acelera a Indústria Automobilística

Haverá um tempo (em breve) em que o modelo de motorista representado pelo personagem da Disney, o Pateta, furioso, atrás de um carro de qualidade duvidosa em um congestionamento enorme, estará totalmente obsoleto. A possibilidade de fugir dos congestionamentos por meio da criação de rotas alternativas, em um veículo eficiente e inteligente, já é possível.

Também é possível que a indústria que constrói esse carro saiba mais sobre o mercado e sobre o seu cliente. Essa evolução do setor automobilístico tem uma razão: Big Data.

Podemos enxergar a indústria automobilística como um grande “oceano azul” de dados: inúmeras informações de todos os tipos sendo exploradas de forma básica, desperdiçando ainda muito potencial de inteligência.

Entenda mais sobre como Big Data e a indústria automobilística podem (e devem) se relacionar:

Tipos de carros e as preferências das pessoas

Logo de cara, podemos notar a influência dos dados na indústria automobilística pela produção publicitária. Ela se utiliza da opinião direta (ou indireta) dos clientes. O que querem? O que pensam? Do que não gostaram? Essas são informações preciosas para a nova campanha ou para alimentar o setor de marketing e de negócio do fabricante de veículos.

Baseado em pesquisas e dados diversos (redes, SAC e outros canais com o consumidor), o grupo Abril lançou estudo que serve de auxílio para a publicidade. São números básicos que podem ajudar em uma nova campanha ou em um posicionamento de marketing mais eficientes. O documento mostra que, entre as pessoas que estão pensando em comprar um carro, 33% não sabem qual marca comprar e 41% não sabem qual o modelo. Destes compradores, 52% são homens, 48%, mulheres, e 61% deles, casados; a idade média é de 40 anos, 55% têm filhos e 62% são chefes de família. Ou seja, esses números definem para qual gênero se volta a peça publicitária e em qual região é preciso reforçar as vendas, por exemplo.

E mais: na jornada de compra do cliente que adquire um carro, está inserida a pesquisa prévia sobre o veículo desejado por ele. Buscas em classificados e sites das montadoras, interações com as marcas via redes sociais, leituras de opiniões de quem já possui aquele modelo, acesso a fotos e vídeos, tests drives virtuais.

Sabendo do poder dos dados, a agência de marketing da Citroën se utilizou de ferramentas para a construção e integração de um grande banco de dados da empresa. Contudo, como obter as informações que a companhia precisava? Foram criadas páginas exclusivas e inteligentes para clientes; a partir delas, a experiência de uso com os veículos da marca era acompanhada de perto.

Chamado de programa Fidélité, o motorista é lembrado nesta página sobre revisões periódicas, manual do carro, cuidados com o veículo, além de promoções. A página também funciona como um SAC, com as principais dúvidas sendo guardadas em um histórico.

A agência, abastecida de informações, conseguiu então personalizar o atendimento ao cliente Citroën, com promoções segmentadas de acordo com cada perfil de consumidor, por exemplo. Além disso, como todo bom programa de fidelidade, o portal personalizado mantinha benefícios com acúmulos de pontos e integração com o Facebook, ampliando ainda mais a base de dados disponíveis para análise.

Prevendo melhorias

análise preditiva dos dados também tem o poder de melhorar as simulações na fabricação e mitigar os problemas na linha de produção do carro. É aqui que as máquinas inteligentes e envolvidas no processo de montagem do veículo podem, por meio de inteligência artificial e machine learning, se aperfeiçoar para a próxima remessa. É pura indústria 4.0!

A ferramenta NSK Bearing Doctor, por exemplo, evoluiu de um documento em PDF, que localizava manualmente problemas em rolamentos de carros e em linhas de produção industrial, para um aplicativo que agora compara e analisa – por imagens e outras ocorrências similares guardadas em bancos de dados – os possíveis problemas e causas de defeitos na construção do carro.

Dados dentro e fora dos veículos

Dados de fornecedores, de clientes e de mercado são refletidos nos novos processos de produção. Desde a concepção do carro, passando pela manutenção, indo até o próximo veículo a ser construído, o grande volume de informações acumuladas serve para dirigir o setor automobilístico ao máximo de vendas.

Estima-se hoje que mais de cinco milhões de carros conectados já rodem por aí, gerando 25GB de dados por dia. A tecnologia incorporada a esses veículos faz com que esses dados virem memória de erros e acertos, auxiliando na identificação de fraquezas e na melhoraria dos novos modelos.

Até o que é dito sobre os veículos nas redes sociais ou nos canais de atendimento ao cliente é capturado pelas montadoras e somado à análise de dados. A Nissan (já explorada em outro artigo) tem usado deste recurso e se beneficiado das informações coletadas para a melhoria contínua de seus carros.

E se você tiver um carro não conectado e ele der problema? Os dados também podem ajudar. Sem sair de casa, você pode entrar em uma mecânica e perguntar ao Henry (em homenagem ao Henry Ford) como solucionar o problema técnico no veículo. Isso mesmo, uma oficina mecânica online. Este chatbot é uma plataforma lançada no final de 2016, gratuita, alimentada por dados e baseada em Big Data e inteligência artificial.

Isso sem falar nos demais setores que “pegarão carona” nas aplicações de Big Data na indústria automobilística: aluguéis de carro, venda de seguros, melhoria nos combustíveis, oficinas mecânicas especializadas e preparadas para um carro mais inteligente, GPS e aplicativos de localização aperfeiçoados.

Mais e mais dados gerados e fornecidos para a indústria automobilística, que estará cada vez mais conectado com as pistas e com o motorista. Parceria de dados para que todos avancem juntos.

Equipe Classic Premium

Fonte: www.bigdatabusiness.com.br